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Operação mira quadrilha que mantinha paraguaios em situação análoga à escravidão em fábricas clandestinas de cigarros

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A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal, em parceria com o Ministério do Trabalho, realizaram na manhã desta terça-feira (14) a operação "Illusio" para desarticular uma quadrilha que mantinha trabalhadores paraguaios em situação de escravidão em fábricas clandestinas de cigarros.

Diversos mandados de prisão, busca e apreensão foram cumpridos em Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Pará e Amazonas contra pessoas físicas e jurídicas envolvidas no esquema. Quase 30 paraguaios foram resgatados.

Dos 24 mandados de prisão, 16 pessoas foram presas. O chefe da quadrilha, um empresário de Barueri (SP), foi encontrado em uma fazenda em Marabá (PA).

Também houve três prisões em flagrante, além do cumprimento de 35 mandados de busca e apreensão em residências, galpões e empresas em:

Manaus (AM)
Capim Grosso (BA)
Belo Horizonte (MG)
Divinópolis (MG)
Itaúna (MG)
Nova Lima (MG)
Nova Serrana (MG)
Pará de Minas (MG)
Pitangui (MG)
São Gonçalo do Pará (MG)
Barueri (SP)
Carapicuíba (SP)
Indaiatuba (SP)
Osasco (SP)
Santana de Parnaíba (SP)
São Caetano do Sul (SP)
São Paulo (SP)
Taiúva (SP)
Nova Ipixuna (PA)

A operação também cumpriu uma medida de sequestro de bens e valores, contra 38 pessoas físicas e 28 pessoas jurídicas, totalizando R$ 20 milhões. Além de atuar na falsificação e contrabando de cigarros de marcas paraguaias, a quadrilha também é investigada por descaminho de maquinário utilizado na fabricação de cigarros, tráfico de pessoas, trabalho escravo, falsificação e uso de documentos falsos, crime contra as relações de consumo, crime contra os registros de marcas e lavagem de dinheiro.

O nome da operação se refere a ilusão, uma vez que os cigarros falsificados eram vendidos ao consumidor final como se fossem cigarros contrabandeados, ou seja, produzidos no Paraguai.

Investigação

Uma investigação da PF iniciada há um ano descobriu que a quadrilha, chefiada por um empresário de Barueri, pegava trabalhadores no Paraguai e os levava para fábricas clandestinas em Divinópolis, onde eram submetidos a condições de trabalho análogas à escravidão. Os paraguaios ficavam trancados, tinham os telefones confiscados e eram impedidos de ter qualquer acesso ou contato com o mundo exterior. Eles sequer sabiam o local onde estavam, pois eram conduzidos até as fábricas com olhos vendados.

A distribuição dos cigarros falsos era feita em caminhões, onde os produtos eram escondidos atrás de cargas de calçados produzidos em Nova Serrana. "Em maio deste ano, a PM descobriu uma fábrica de cigarros em Cláudio, onde trabalhadores paraguaios foram resgatados. Depois, conseguimos identificar uma fábrica em Divinópolis e outra em Nova Lima, além de alguns galpões onde eles armazenavam os insumos e os produtos já produzidos que eram distribuídos e vendidos em várias regiões do país", contou o delegado-chefe da PF em Divinópolis, Daniel Souza Silva.

Ainda segundo o delegado, os paraguaios geralmente são aliciados para trabalhar no Brasil, pois, devido ao costume de trabalhar na indústria de tabacos, têm conhecimento técnico. "Eles sabem que vão trabalhar em fábricas clandestinas, mas, na maioria das vezes, quando chegam ao Brasil, eles se deparam com a real situação, que é trabalhar sem parar por cerca de 50 dias e sem poder sair e se comunicar com a família".

O delegado explicou que o Ministério do Trabalho tomou as providências em relação ao retorno e pagamento dos direitos trabalhistas deles. "A investigação vai continuar em parceria com a Receita Federal, que vai fazer o levantamento sobre o maquinário e insumos apreendidos para ser juntado ao inquérito. A partir de agora vamos tentar desdobramentos em relação a bens e contas utilizadas por essa organização criminosa", finalizou Silva.

Por g1 Centro-Oeste de Minas e TV Integração
Foto: Receita Federal/Divulgação






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