Pais de crianças e, principalmente, de adolescentes estão vivendo uma situação delicada ao enfrentar os desafios da chamada ‘geração do quarto’, resultado do comportamento dos filhos que passam a maior parte do dia isolados, sem convívio familiar. Eles preferem o mundo virtual que a experiência de uma vida de verdade, desfrutada ao lado de parentes e amigos.
Na grande maioria dos lares, o quarto deixou de ser o cômodo para dormir e descansar, assumindo a condição de um local multifuncional e um universo muito particular. Os questionamentos sobre esse comportamento dos jovens têm chegado com frequência aos consultórios terapêuticos, através de pais aflitos com a saúde física e mental dos filhos.
E eles têm razão de se preocupar porque esse isolamento gera déficit sobre vários aspectos, segundo alerta a psicóloga Marielle Medeiros, que atua em Pará de Minas e Itaúna. Entre as situações abordadas por ela estão as perdas do saber esperar, do saber criar, e de saber resolver problemas, porque o mundo virtual mal utilizado não prepara crianças nem jovens para o verdadeiro sentido da vida e seus desafios.
Os prejuízos aparecem em longo prazo já que a zona de conforto, proporcionada pelo mundo virtual, deixa os jovens mais solitários, com dificuldade até para se comunicar presencialmente. Muitas vezes eles preferem uma mensagem virtual do que sair do quarto e falar com os pais ou irmãos. Para controlar esta situação, Marielle recomenda limite no acesso do mundo virtual:
Uma das formas apontadas pela terapeuta para ajudar a combater a exaustão da tela do celular na vida dos jovens é a instalação de rotinas sadias na vida deles:
Mesmo reconhecendo que, hoje em dia, pais e mães trabalham muito fora de casa e, por isso, têm pouco tempo de convívio com os filhos, a terapeuta destaca a necessidade do diálogo frequente. Ele é essencial para o bom relacionamento familiar, mas é preciso lembrar que o modo de conversar também mudou:
O desafio dos pais, mais do que nunca, é o de proporcionar um equilíbrio entre a realidade do quarto e o mundo real. E o primeiro passo é tornar o filho consciente dos prejuízos que ela está tendo. É uma missão difícil, aliás, muito difícil, mas não dá para fugir da responsabilidade.
