O mundo das drogas está apresentando mais um risco para a sociedade e o alerta vai principalmente para as famílias com adolescentes em casa. A K9, que é uma das mais procuradas nas bocas de fumo e na cracolândia de São Paulo, está se espalhando em Minas Gerais. O entorpecente é tão pesado que já foi barrado pelos chefões da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), devido ao ‘efeito zumbi’ e vários casos de overdose.
Envolvidos no esquema revelaram que os chefes do tráfico desistiram da K9 depois de assistir aos resultados assustadores. Os consumidores costumam ficar paralisados e depois têm uma espécie de convulsão. Em alguns, a droga chega a causar perda de consciência, desorientação e salivação excessiva. Segundo integrantes da segurança pública, ela é tão potente e tóxica que interfere nos receptores cerebrais.
No entanto, mesmo com o desinteresse dos chefões do tráfico pela K9, ela encontra saída em vendas programadas e isso vem acontecendo tanto em Belo Horizonte como em várias cidades do interior do estado. O entorpecente é líquido, produzido por laboratórios clandestinos, e chega ao cliente borrifado em papel ou numa erva para ser fumada, geralmente maconha. Por ser incolor e sem cheiro, ele é praticamente imperceptível a olho nu, quando borrifado em pedaços de papel.
Por causa dessas características a droga chegou de forma fácil aos presídios, já que escapa com facilidade dos atuais processos de segurança das penitenciárias. Em Contagem, por exemplo, ela já foi encontrada até em selos de correspondências endereçadas aos detentos da Penitenciária Nelson Hungria. Também foram encontrados papéis escondidos dentro de um absorvente íntimo.
Especialistas da área médica recomendam que as famílias conversem com os filhos a respeito. Na opinião deles, a presença da K9 nas ruas exige medidas emergenciais, a fim de evitar que o consumo da droga fuja do controle como já aconteceu em São Paulo. Psiquiatras defendem, inclusive, um trabalho preventivo multidisciplinar, que envolva órgãos públicos ligados à educação e à saúde.
Essa mobilização teria o objetivo de identificar o público mais vulnerável e elaborar políticas públicas de conscientização e tratamento para dependentes. Já a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública informou, por meio de nota, que coíbe diariamente a tentativa de entrada desse tipo de substância em Minas. Mesmo assim, admitiu não ter dados específicos sobre a K9.
